Com 200 milhões de habitantes,
melhorias sociais em diversos setores, a 6ª maior economia do mundo e não
conseguimos deixar o marasmo de sermos o país da piada pronta. É isso mesmo, o
Brasil pode até fazer parte das nações mais ricas do mundo, mas o que conquistou
com dinheiro através das indústrias, a eterna politicagem soube tirar margem de
nossa ignorância e contribuir para encher seus bolsos e nos atolar de impostos.
Fisiologismo à parte soa até um
discurso repetido falarmos que somos um país em que sua classe política é
extremamente corrupta e que, só através do voto é que a mudança é feita. Já me
questionei outras vezes se o problema é mesmo a falta de educação do povo
Brasileiro para ir à busca de uma nova classe política realmente engajada nos
problemas do cidadão. Mas, percebo claramente que conceder à educação a razão
principal para a falta de cuidado com a escolha de nossos políticos é uma
falácia medonha.
Se questionarmos a forma como é
distribuída a condução de cargos e pastas importantes para as secretarias que
assumem assuntos de interesse nacional, aí é que vemos o total descrédito para
a massa política nacional. O partidarismo nacional foi construído desde a
república velha na forma de loteamento. As capitanias hereditárias que outrora
fizeram parte no Brasil colônia, hoje são os arrendamentos tomados através das
pastas, ministérios e secretarias de diversos partidos políticos.
Entre eles, somamos a vedete do
momento, a Comissão de Direitos Humanos da câmara, assumida pelo então pastor
Marco Feliciano. Muitos devem achar essa situação absurda. Afinal, um pastor
que aparece num vídeo tirando 45 mil reais dos fiéis ou ainda, condenando os
afrodescendentes à condição de amaldiçoados beira um contrassenso total pós-ditadura
e constituição 88 não é? Mas como eu disse mais acima, as capitanias
hereditárias ainda existem sob a forma dos arrendamentos das pastas e cargos
entre a câmara e o senado e, foi assim que o PSC conseguiu o que queria.
Sentindo-se menos representado e com pouca participação do governo Dilma, a
solução foi chocar a opinião pública trazendo publicidade ao partido e aos seus
afiliados. É mais um jogo de espelhamentos produzidos pela midiatização do
cenário político através da mídia Brasileira.
De que forma? Pois bem, a mídia
mais uma vez obscurece outro conchavo grotesco ocorrendo nos bastidores da
política nacional. Enquanto os olhos se voltam para Feliciano, os holofotes
deixam de noticiar a ascensão à comissão de constituição e justiça de José
Genuíno, João Paulo Cunha e Paulo Maluf.
E a luta que sobra é, milhares de
revoltosos seguindo à câmara e ao senado lutar contra a subida de parlamentares
deste calibre ao poder. Seria esta a solução? Seria a educação a solução para
evitar que situações assim ocorressem?
A política precisa ser
desmistificada nesse país. Enquanto ela for tratada por alguns como uma
conversa de cultos, idealistas e desprezada por outros que não querem tomar
partido, ela sempre será essa ciranda viciosa que garante à partidos de
esquerda, direita e afins, o mar da tranquilidade de suas ações.