A vida dos gêmeos Caio e Mário Oliveira é comum a de vários outros gêmeos. Um cuida do outro, um sente o que o outro sente. Ainda que sejam gêmeos, uma condição os destaca entre os outros irmãos. Caio é portador de autismo. Um transtorno que impossibilita ao portador uma interação maior com o mundo exterior.
Apesar de extremamente agitado, Caio fala pouco e possui um raciocínio lógico que impressionou sua médica, Ana Portugal: “Caio não é um garoto muito comunicativo, mas possui um raciocínio que eu diria além de sua faixa etária”, diz a psicóloga.
O garoto se destaca entre as crianças que a psicóloga trata. Com um olhar distante, não costuma encarar diretamente a médica e brinca compulsivamente. “Num primeiro momento, pensei que ele só fosse uma criança hiperativa, tão frenética quanto o irmão Mário, mas percebi que ele era diferente”, afirma Portugal.
Hoje, as crianças com 10 anos de idade são muito ativas, explica a mãe Carmem Oliveira. “Os meninos são muito unidos e brincam sem parar, mas o Caio precisa de atenção e cuidados constantes”. A mãe, que hoje encara o autismo com certa naturalidade, por anos acreditava que o menino sofria de um grave retardo mental: “Tive medo que o que ele tivesse era síndrome de Down”.
Esse medo fez com que a Sra Oliveira, buscasse ajuda em diversos médicos da cidade de Aracaju e em outros Estados do Brasil, sem muito resultado. “O autismo ainda é um enigma”. Durante muitos anos, pensava-se que o autismo fosse uma espécie de deficiência mental da infância e que dessa forma, ela enfrentaria problemas como as portadoras de outras síndromes.
Na verdade, o autismo é um transtorno que geralmente acontece antes dos 3 anos de idade. Em geral, é comum que os portadores tenham uma deficiência enorme na fala, na comunicação e isso trás grandes dificuldades na interação social. É comum encontrar crianças autistas que vivam em um “mundo próprio”. Segundo a ONU, no mundo devam existir aproximadamente 70 milhões de portadores. Um número bem elevado, quando também se observa que ocorre quatro vezes mais no sexo masculino do que no feminino.
Estudos recentes comprovam que as crianças que apresentam esse quadro patológico não estão inertes. “Por muitos anos, se pensou que as crianças criavam um mundo imaginário e só se relacionavam com ele. Hoje nós podemos dizer que o que acontece e uma incapacidade que a criança tem de se relacionar”, explica a neurocirurgiã, doutora Claire Hardman.
Essa dificuldade no relacionamento atrapalha e muito o desenvolvimento educacional da criança. Caio, por exemplo. Estudou na mesma escola que seu irmão gêmeo durante os primeiros anos, mas sua mãe percebeu que o desenvolvimento dele não acompanhava o do irmão, Mário e resolveu mudar para uma escola com atendimento especial para ele.
Um problema que se mostra claro. “Não existem muitas pessoas preparadas para lidar com portadores autistas”, explica Oliveira. Isso se torna evidente na cidade de Aracaju. Só existem 3 clínicas de tratamento para portadores. Uma é particular, a CREIA, localizada na avenida Ivo do Prado, outra é um projeto social desenvolvido pela prefeitura de Aracaju contudo, não atende exclusivamente aos portadores de autismo e a terceira está fechada faz quase 4 anos para o público.
Em todo o Brasil não é diferente. Não existem dados precisos que mostrem com exatidão o número de pessoas portadoras de autismo no País. O déficit profissional também é muito grande, o que atrapalha no diagnóstico. “Muitas pessoas acreditam que o que acontece com a criança é caso para levarem para médicos e submeterem a tratamentos que nada tem a ver com o problema”, confessa Hardman.
Essa falta de informação e interesse prejudica os pacientes, pois diversas vezes, os portadores são submetidos a tratamentos ineficazes que acabam prejudicando o desenvolvimento social, motor e intelectual da criança. Mesmo porque, o tratamento não é o mesmo. Existem vários níveis de autismo, desde aqueles que desenvolvem poucos sintomas, àquelas que são totalmente incapazes de se comunicarem.
Segundo Claire, ainda hoje é difícil diagnosticar o que provoca o Autismo. “Não se sabe ao certo, uns entendem que seja por vírus, outros um transtorno metabólico, outros por conta de remédios”. Há ainda uma nova linha de estudo, realizado por bioquímicos americanos que afirma que uma das prováveis causas seja a intoxicação alimentar causada por ingestão de alimentos contaminados por agrotóxicos.
Em um evento ocorrido ainda em abril deste ano em Brasília. Uma conferência reuniu médicos Brasileiros e Americanos que reforçaram esta tese. De acordo com eles, as crianças têm dificuldades em eliminar certas substâncias o que traria complicações intestinais e o desenvolvimento de toxinas e bactérias na região.
O que mais chama a atenção nos casos de Autismo é que como há dificuldade no diagnóstico, boa parte dos médicos que estão pesquisando novas formas de tratamento possuem filhos com os sintomas do transtorno. A psicóloga Ana, por exemplo, tem um filho autista e acredita nessa nova possibilidade de problemas relacionados com a intoxicação.
Por conta dessas dificuldades. O Brasil pode se tornar pioneiro em um projeto de lei especial para os autistas. Em uma matéria publicada pelo Jornal do Brasil em abril deste ano, o projeto consiste na criação de um Sistema Nacional Integrado de atendimento à pessoa Autista. Com a aprovação do Projeto, O Brasil seria o primeiro país a considerar o Autismo como problema de saúde pública em nível nacional.
A expectativa é de que com isso, cresça o número de pesquisas, mais oferta de profissionais especializados no tratamento além de colocar o autista também como portador de deficiência devidamente reconhecida e criar um banco de dados contendo um cadastro nacional. O projeto enche de esperança mães como a Sra. Oliveira e a Doutora Portugal. “É preciso encarar o autismo como problema de saúde, não como um problema irreversível”. Explicou a médica.
Apesar de extremamente agitado, Caio fala pouco e possui um raciocínio lógico que impressionou sua médica, Ana Portugal: “Caio não é um garoto muito comunicativo, mas possui um raciocínio que eu diria além de sua faixa etária”, diz a psicóloga.
O garoto se destaca entre as crianças que a psicóloga trata. Com um olhar distante, não costuma encarar diretamente a médica e brinca compulsivamente. “Num primeiro momento, pensei que ele só fosse uma criança hiperativa, tão frenética quanto o irmão Mário, mas percebi que ele era diferente”, afirma Portugal.
Hoje, as crianças com 10 anos de idade são muito ativas, explica a mãe Carmem Oliveira. “Os meninos são muito unidos e brincam sem parar, mas o Caio precisa de atenção e cuidados constantes”. A mãe, que hoje encara o autismo com certa naturalidade, por anos acreditava que o menino sofria de um grave retardo mental: “Tive medo que o que ele tivesse era síndrome de Down”.
Esse medo fez com que a Sra Oliveira, buscasse ajuda em diversos médicos da cidade de Aracaju e em outros Estados do Brasil, sem muito resultado. “O autismo ainda é um enigma”. Durante muitos anos, pensava-se que o autismo fosse uma espécie de deficiência mental da infância e que dessa forma, ela enfrentaria problemas como as portadoras de outras síndromes.
Na verdade, o autismo é um transtorno que geralmente acontece antes dos 3 anos de idade. Em geral, é comum que os portadores tenham uma deficiência enorme na fala, na comunicação e isso trás grandes dificuldades na interação social. É comum encontrar crianças autistas que vivam em um “mundo próprio”. Segundo a ONU, no mundo devam existir aproximadamente 70 milhões de portadores. Um número bem elevado, quando também se observa que ocorre quatro vezes mais no sexo masculino do que no feminino.
Estudos recentes comprovam que as crianças que apresentam esse quadro patológico não estão inertes. “Por muitos anos, se pensou que as crianças criavam um mundo imaginário e só se relacionavam com ele. Hoje nós podemos dizer que o que acontece e uma incapacidade que a criança tem de se relacionar”, explica a neurocirurgiã, doutora Claire Hardman.
Essa dificuldade no relacionamento atrapalha e muito o desenvolvimento educacional da criança. Caio, por exemplo. Estudou na mesma escola que seu irmão gêmeo durante os primeiros anos, mas sua mãe percebeu que o desenvolvimento dele não acompanhava o do irmão, Mário e resolveu mudar para uma escola com atendimento especial para ele.
Um problema que se mostra claro. “Não existem muitas pessoas preparadas para lidar com portadores autistas”, explica Oliveira. Isso se torna evidente na cidade de Aracaju. Só existem 3 clínicas de tratamento para portadores. Uma é particular, a CREIA, localizada na avenida Ivo do Prado, outra é um projeto social desenvolvido pela prefeitura de Aracaju contudo, não atende exclusivamente aos portadores de autismo e a terceira está fechada faz quase 4 anos para o público.
Em todo o Brasil não é diferente. Não existem dados precisos que mostrem com exatidão o número de pessoas portadoras de autismo no País. O déficit profissional também é muito grande, o que atrapalha no diagnóstico. “Muitas pessoas acreditam que o que acontece com a criança é caso para levarem para médicos e submeterem a tratamentos que nada tem a ver com o problema”, confessa Hardman.
Essa falta de informação e interesse prejudica os pacientes, pois diversas vezes, os portadores são submetidos a tratamentos ineficazes que acabam prejudicando o desenvolvimento social, motor e intelectual da criança. Mesmo porque, o tratamento não é o mesmo. Existem vários níveis de autismo, desde aqueles que desenvolvem poucos sintomas, àquelas que são totalmente incapazes de se comunicarem.
Segundo Claire, ainda hoje é difícil diagnosticar o que provoca o Autismo. “Não se sabe ao certo, uns entendem que seja por vírus, outros um transtorno metabólico, outros por conta de remédios”. Há ainda uma nova linha de estudo, realizado por bioquímicos americanos que afirma que uma das prováveis causas seja a intoxicação alimentar causada por ingestão de alimentos contaminados por agrotóxicos.
Em um evento ocorrido ainda em abril deste ano em Brasília. Uma conferência reuniu médicos Brasileiros e Americanos que reforçaram esta tese. De acordo com eles, as crianças têm dificuldades em eliminar certas substâncias o que traria complicações intestinais e o desenvolvimento de toxinas e bactérias na região.
O que mais chama a atenção nos casos de Autismo é que como há dificuldade no diagnóstico, boa parte dos médicos que estão pesquisando novas formas de tratamento possuem filhos com os sintomas do transtorno. A psicóloga Ana, por exemplo, tem um filho autista e acredita nessa nova possibilidade de problemas relacionados com a intoxicação.
Por conta dessas dificuldades. O Brasil pode se tornar pioneiro em um projeto de lei especial para os autistas. Em uma matéria publicada pelo Jornal do Brasil em abril deste ano, o projeto consiste na criação de um Sistema Nacional Integrado de atendimento à pessoa Autista. Com a aprovação do Projeto, O Brasil seria o primeiro país a considerar o Autismo como problema de saúde pública em nível nacional.
A expectativa é de que com isso, cresça o número de pesquisas, mais oferta de profissionais especializados no tratamento além de colocar o autista também como portador de deficiência devidamente reconhecida e criar um banco de dados contendo um cadastro nacional. O projeto enche de esperança mães como a Sra. Oliveira e a Doutora Portugal. “É preciso encarar o autismo como problema de saúde, não como um problema irreversível”. Explicou a médica.