Tuesday, January 04, 2011

O Itamaraty e as Cotas Raciais

Alguns amigos próximos sabem, mas se porventura você é um leitor muito eventual deste blog, sabe agora. sou um entusiasta da seara diplomática, tendo por duas vezes tentado o CACD (vou tentar de novo até entrar hehe - desde que haja ampliação das vagas). Já escrevi vários posts aqui sobre a diplomacia e seu impacto na vida de qualquer país, não somente no aspecto financeiro mas também socio-cultural.

No fim da semana passada, o diário Oficial da União, publicou a notícia de que no CACD de 2011, haverá o regime de cotas no processo de seleção do concurso. Uma novidade bem recebida a meu ver, pois visa no caso trazer o maior contingente de estudantes negros junto a representatividade diplomática. conforme o Brasil vem crescendo dentro do teatro internacional fica sendo necessário essa inclusão.

Muitos lógico, são conta a iniciativa pois acreditam que as cotas ferem um direito adquirido e seriam vistas como um 'privilégio' para os candidatos negros e uma facilidade para que estes ingressem no Instituto Rio Branco. Segundo o DOU, o regime de cotas se inicia a partir da aprovação dos candidatos na segunda fase do concurso e não no ato de realização na primeira fase. (pra quem nao conhece, são 04 fases para se adentrar no Instituto Rio Branco).

A verdade sempre se situa por detrás das entrelinhas, não existe somente o que muitos sociólogos e defensores das cotas clamam como "uma dívida social" com os negros. A verdade é que o Brasil como a 2ª maior nação negra do mundo foi duramente criticada nos fóruns internacionais por não ter no seu corpo diplomático integrantes negros, o que foi visto como um contrasenso absurdo.

O Brasil se julga o mais importante país multi-étnico do planeta e, aparentemente quando se trata em questões diplomáticas, é o mais abastado possível. Nada mais natural visto que até bem pouco tempo, a carreira diplomática era por vezes assumida por políticos e por apadrinhamento sequer feito com profissionais capacitados para atuar precisamente em negociações internacionais.

Att
Rafael Gomes

1 comment:

Roscéli Kochhann said...

A questão das cotas é sempre bastante polêmica. Acho justo, no caso apresentado. Porém, sou extremamente contra as cotas nas universidades públicas, por exemplo. É uma discussão que ainda se alongará bastante.
Belo texto, bem.
Bjo