Primeiro, eu sou absurdamente
contra esse “fetiche” de ser contra o que representa os EUA. A impressão que se
dá é que diversas pessoas odeiam o país simplesmente porque é os Estados Unidos
sem nem mesmo conhecer uma pessoa ou diversas pessoas ou o país. Não defendo o
governo americano que como muitos aqui agem imperiosos contra o país que mais faz
guerra no mundo, e custam a brigar porque sua economia absorve os mercados
locais. Nada muito diferente do que o governo Brasileiro faz e fez em diversos países
da América do sul e África à empresas como a Petrobrás e a Vale absorverem elementos
naturais de nossos vizinhos e submetê-los à nossas regras. Países como os EUA
foram os primeiros a se posicionarem contra o massacre de cidadãos sudaneses e
o Brasil? Sequer manifestou uma posição no CS da ONU sobre o caso.
Mas o nosso governo representado por
Lula abraçou a causa bolivariana de Hugo Chavez, enquanto muitos cidadãos da
classe média olham estupefatos pelo prisma do desrespeito à constituição e pela
reeleição quase ininterrupta do Chavez e por querer sempre vestir a espada
contra os EUA. Essas pessoas se esquecem de que Chavez mudou radicalmente a
história da Venezuela dando acesso a milhares de venezuelanos à saúde e à
educação como nenhum outro governo daquele país fez, trouxe de volta a riqueza
que um dia pertenceu às multinacionais aos venezuelanos,
Estamos aqui falando do país que
é um dos maiores produtores petróleo do mundo fora da OPEP e que se não fosse
por isso, Chavez não conseguiria realizar tamanhas transformações sociais que
nenhum outro governante havia feito. Isso faz dele um herói e um modelo a ser
seguido? Deixo essa pergunta para você que também deveria saber que Chavez
utilizou de diversos recursos repressores contra a direita venezuelana (que
muitos dizem ser financiada pelo governo americano e que, se ainda o for, não
teria força nem legitimidade suficiente para dominar o país). Não só isso, Chávez também tinha seus
problemas com a imprensa local que fosse contrária aos seus ideais, que apesar
de incluírem educação e saúde para todos, também deslegitimava o surgimento de
opções democráticas e fantasiava o “regime” de uma ditadura democrática.
A visita de Yoáni Sánchez mostrou
uma jornalista rica, com o intuito de querer fazer viagens ao mundo inteiro
para mostrar como é a visão de dentro de Cuba para o mundo. Poucos entenderam
porque a revolta de milhares de pessoas conta a posição da jornalista. É porque
Cuba tem um dos melhores sistemas de saúde e de educação do mundo? Ou é porque
a ilha de Fidel Castro age com mão de ferro contra a liberdade e manifestação
de pensamento não só de profissionais ou de todos?
Fato é: Regimes ditatoriais mesmo
que sejam para o bem da população, continuam sendo regimes de exceção, mesmo que tenham sido eleitos democraticamente.
Violência física e/ ou psicológica não pode ser pressuposto para que poucos ou
muitos possam atingir com plenitude seus direitos e, talvez isso, muitos
defensores dos sistemas de governo aplicados em Cuba, Venezuela e outros
países, não conseguem atinar-se
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