Wednesday, June 02, 2010

A Mercantilização da Informação Digital

O perigo de "privatizar a Informação" na Internet.

Se a
Internet é conhecida como território livre ou, uma "Esfera Pública transnacional". Vou tomar pra mim esse conceito exposto por Sérgio Amadeus no seminário de Mídias digitais que ocorreu semana passada em Aracaju e que fica insistentemente voltando a mesa, será que estamos caminhando para mais um período em que a força proposta pela Internet não precisará mais das mídias atuais e na certa, a informação não mais privada?!

Quando adentramos o universo das redes sociais e a rede por si só já nos dá um indício do tamanho de informação que nos chega. A propriedade da informação não é de uma rede, ou de um jornal só, agora todos detêm essa possibilidade de informação. Então como sobreviver nesse novo mundo? Aceitando as divergências e tendo que crer que as mídias tradicionais sucumbirão ao avanço tecnológico não fica ainda muito claro, visto que parece que a tecnologia costuma sempre agir mais em benefício das grandes cadeias de informação do que um inimigo incólume.

A crise que assolou a economia americana e países Europeus (e que ainda os acomete) foi provocada pela falta de liquidez no mercado, a farra de crédito que fez com que as pessoas adquirissem várias coisas sem prever que algum problema poderia acontecer. Afetando bancos, consumidores comuns e diversas empresas. O ramo de comunicação nao ficou atrás e sentiu o baque. A verdade é que com a Internet as tradicionais mídias se vêm num misto de prostituição entre o universo digital e o tradicional. Ao mesmo tempo em que combatem a livre informação, precisam também dela para aumentar e atrair um maior número de consumidores.

O futuro aponta para que meios impressos percam cada vez mais espaço frente a telas monocromáticas e e-books nos enchendo de informação das mais variadas. Ainda que essa visão não seja defendida pela maioria, certos sinais de que isso possa ser uma tendência são evidentes. O Jornal financial Times por ex, afirmou que dentro de cinco anos, deixará de circular a sua versão impressa do jornal com uma história de mais de 120 anos. Uma batalha derrotada para a plataforma digital que se tornou uma rival poderosa dentro dos meios impressos.

O FF existirá somente, segundo eles, na Web. Não deixarão de fazer um excelente jornalismo, mas, a pergunta que fica é. E depois? A informação será destinada de forma gratuita? Ou será que devemos provavelmente desembolsar uma quantia mínima para adquiri-la? Esta última me parece mais provável e, seguindo cada vez mais a tendência para a mercantilização da informação no meio digital. Outro importante periódico, o NY Times, também se posicionou favorável à essa "privatização" da informação pela web e espera estar vendendo a informação a partir de 2011.

A princípio podem parecer atitudes isoladas, mas, pouco a pouco começamos a ver que o território livre que é a Internet aos poucos vai tentando se adequar as linguagens do mercado. Mas aqui há uma qualidade que ambiente virtual tem que a realidade externa não possui. A informação pode ser repassada e a informação que fora "comprada" pode ser então adquirida livremente acessando-se por um blog pessoal (como este aqui) ou por outros espaços como as redes sociais. O que parece é que a "esfera pública transnacional" se comporta além das leis de mercado e isso, num primeiro momento poderá agir em nosso favor. Resta saber só até quando.

Cordialmente
Rafael Gomes

1 comment:

Eloy Vieira said...

tem gente que diz que o impresso como conhecemos vai acabar mesmo, que ele se tornaá mais interpretativo e com mais profundidade e 'qualidade', a internet ficaria com o factual e com o reino dos blogs e das midias socias, etc. e eu faço a mesma pergunta que vc.. até quando a informação na Internet será de 'graça'?