Saturday, June 19, 2010

Uma Economia Cultural

Um novo olhar sobre a Indústria Cultural.

Durante a ultima quarta-feira, o Observatório da Comunicação (OBSCOM) realizou uma palestra sobre Industria Cultural e Economia Política da Comunicação e cultura, na Universidade Federal de Sergipe (UFS). E, como o convite me foi dado, não tive como não prestigiar o debate acerca do tema, apesar de no ramo da comunicação ser diversamente explorado o assunto sobre os efeitos e sobre a industria cultural, quando se trata em trazer a economia para esse ramo, boa parte dos profissionais de comunicação afastam o interesse.

Bom, o assunto aparentemente pode parecer indigesto aos olhos dos operadores de comunicação, mas é tem vital quando nos propomos analisar todas os emaranhados que envolvem as diversas manifestações e produções culturais em nossa sociedade e seu impacto na economia (afinal, produção de cultura nao deve enriquecer somente o intelecto, mas também provir um pouco os profissionais) ainda mais num país como o Brasil, onde o artista ainda é abusivamente explorado e não consegue se sustentar devidamente, se optar por viver especialmente de suas atividades culturais, ainda que poucos consigam.

Na Palestra 02 professores da UFS, César Bolaño, e Verlane Aragão. pretencentes à Revista EPTIC (revista essa que é quase desconhecida em boa parte da comunidade acadêmica Sergipana) mas que é reconhecidíssima fora do país trouxeram as principais análises sobre o tema industria cultural e o mercado. A partir do conceito de evolução da sociedade capitalista e seu impacto nas relações comerciais. Fica difícil imaginar a produção cultural com efetivo ganho sem pensar em todas as diversas relações econômicas envolvidas para a produção de cultura, seja na música, teatro, dança, entre outros.

Foi graças a matéria de Economia da Comunicação e Cultura que tive a idéia de escrever o meu tema de pesquisa na monografia e consequentemente, minha linha de pesquisa que sigo - Rádio Digital e Novas Tecnologias - Intercambiar as novas tecnologias e aplicá-las aos padrões midiáticos existentes serviu para que pudesse entender as diversas discrepâncias que existem quando se trata na inserção de investimentos e opções que determinadas mídias recebem em detrimento de outras. No caso, o rádio (meu objeto de pesquisa) nao é só negligenciado pelo mercado, muitas vezes como também pelos pesquisadores, poucos sao os profissionais que se inserem na pesquisa.

Voltando a palestra, Prof(a) Verlane comentou sobre o valor da Industria Cultural e suas relações na produção musical no contexto contemporâneo. Uma abordagem muito interesante. Pois cabe aqui fazermos considerações aos trabalhos dos músicos numa sociedade em rede: O musico hoje enfrente grandes problemas tanto por parte de difusão de seus trabalhos (gravadoras que se vêem ameaçadas pela pirataria e pela internet), o download de músicas (este que num primeiro momento pareceu ameaçar a carreira musical mas, viu-se que se torna até um aliado ao artista) e o custo envolvido na divulgação de seu material e shows. Hoje o artista musical tem seu sustento muito mais pelos shows que faz do que pela vendagem de discos.

Por essas e outras razões, convido não só os leitores desse blog, mas principalmente os operadores e profissionais de comunicação a voltarem um pouco os olhos a área de Economia Política da Comunicação e Cultura. Ela nos serve como subsídio para entendermos as diversas relações sociais e econômicas que estão inseridas e não param de surgir nesse novo contexto social em rede embricado pelas novas tecnologias.

Atenciosamente
Rafael Gomes

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